sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

"The End And Then" de Lígia Soares e Madalena Silva




Neste projecto queremos ir ao que interessa, poupar ao espectador a angústia do herói, a dúvida do regresso, a chatice do contexto histórico, o choro pela vítima, o suspense, a intriga do desenredo, o envolvimento duma paixão que não é a nossa, a morbidez pela violência, a ânsia pelo fim, o suspiro do salvamento.

Procuramos o imoral da história, a mensagem sem intermediário, a catarse sem tempo, o apogeu sem progressão, as personagens sem construção, os romances sem desencontros.

Esta é uma criação que começa e acaba com fins, em que só se encontram resoluções, como algo autónomo. O fim que se destacou do tempo e da história, para encontrar aqui o valor da matéria e do conteúdo.

criação e interpretação Lígia Soares e Madalena Silva vídeo Andresa Soares música João Lucas música adicional Dead Combo figurinos Tânia Franco

"Iscas de Peixe-Pica- Um Tratado Sobre o Erotismo" de Andresa Soares 2004



ISCAS DE PEIXE-PIÇA - um tratado sobre o erotismo


espectáculo criado em 2005 e apresentado na Galeria ZDB e no Maxime (Lisboa)



porque é próprio da natureza humana sexualizar o universo

Não se trata de um espectáculo erótico mas sim de um espectáculo sobre e sob o erotismo, no intuito de abordar o erotismo não pelo lado sedutor e mediático da temática mas numa reflexão desmistificada do erotismo aproveitando a riqueza humana dessa matéria e o seu potencial estético. Pretende-se assim um afastamento das questões éticas que usualmente se manifestam pela subversão de uma moral castradora e que pela sua antítese não mais é libertada.

Pretende-se desprestigiar a fascinação do “mal”, atitude de uma moral que em vez de livre é virada do avesso. O resultado é, nos tempos que correm, a fascinação inconsciente pela vida erótica do outro através da qual se pode, sem o peso da limitação moral, fantasiar mais do que em relação à própria vida. O voyeurismo gerador de uma banalização da vida erótica - falsamente democratizada - veio anular a sua faceta intrínsecamente estética.

É próprio da natureza humana “sexualizar o universo”. Na sua artificialidade (naturalmente humana), deslocar o sentido da realidade objectiva, ser simbólico, imaginar, fantasiar.

“Um homem que ignora o erotismo é tão estranho quanto um homem sem experiência interior.” Georges Bataille

Concepção: Andresa Soares Criação e interpretação: Andresa Soares, Carlos Monteiro e Sara De La Féria Banda Sonora: João Lucas Figurinos: João Paulo Assunção Desenho de Luz: Gonçalo Ventura Ribeiro



"Às Origens da Crise " de Lígia Soares 2005


Este projecto foi desenvolvido em residência artística na Tanzfabrik-Berlin e estreado em Novembro de 2005 no Festival Fabrikationen- 05 em Berlim. Foi depois apresentado na sua versão em português na Casa dÒs Dias da Água em Lisboa.

Ok. Estou pronta. Sou uma página e branco, uma tábua rasa. Podem construir em mim. Podem construir em mim. Constrói em mim. Anda! Constrói! Contrói em mim!




A história começa quando o personagem toma consciência de uma noção de existência e nunca mais consegue adequar-se a nenhuma ideia prévia de realidade. As suas falhadas tentativas de, ora se integrar na realidade, ora se escapar a esta, exime-o de sentir qualquer verdadeiro compromisso com esta. Ele encontra-se consigo fora de qualquer realidade, ele detém-se na fronteira, que separa a necessidade de integração da possibilidade de fuga, sendo impossível passar para qualquer um dos lados.

Deste modo, toda a sua existência será justificada pela precariedade da sua ligação ao real que vem paradoxalmente definir de um modo dramático a sua identidade.

Não chegou ele tarde demais a um mundo acabado? Ao qual um recém-chegado não pode acrescentar nada?

Concepção/texto/interpretação Lígia Soares Texto/ Assistência de encenação Thierry Decottignies Vídeo Lígia Soares e Thierry Decottignies Edição Vídeo/ Imagem Andresa Soares Actor Vídeo Giancarlo Pia-Mangione Concepção Gáfica Edgar Massul Vozes Off Ligia Soares, Rita Só, Thierry Decottignies Direcção Técnica Pedro Machado




Lígia e Andresa Soares 2004


« O Que Foi Já Era O Que Vier Será » seguido de « Também Passará » de Lígia Soares

« Sopro Fino Em Pedra Dura » seguido de « Ventanias de Outono » de Andresa Soares


Este projecto foi o primeiro da trilogia criada entre 2004 e 2007 na qual todas as peças seguem o mesmo formato de dois solos a serem apresentados ao mesmo tempo e no mesmo espaço.

Foi apresentado no Palco Oriental, Galeria ZDB, Teatro Taborda e Instituto Franco-Português (Lisboa).



Estes espectáculos não pretendem ter uma linguagem contemporânea, no sentido em que os materiais e linguagem usados são tão antigos como o ser, o estar, o agir, o pensar, o falar e o representar. Eles são, contudo, contemporâneos entre si – sendo que são criações apresentadas ao mesmo tempo e no mesmo espaço – propondo-se desta forma devolver à palavra contemporaneidade o seu sentido mais concreto.

Concepção e interpretação Andresa Soares e Lígia Soares Música João Lucas Espaço Cénico Sara de la Féria Figurino da Andresa João Paulo Assunção Figurino da Lígia Tânia Franco Desenho de Luz Gonçalo Ventura Ribeiro

"Monstros I" de Lígia Soares e "Monstros II" de Andresa Soares 2006


Este projecto foi apresentado em Novembro de 2006 CCB pelo programa BoxNova e em 2007 no Instituto Franco-Português (Lisboa).

Depois de várias colaborações, as duas autoras começaram a alimentar entre si (talvez pela sua excessiva convivência) uma suspeita de monstruosidade. Como resposta a esta suspeita, elas decidem criar, em vez de um projecto um presságio e em vez de um espectáculo uma atracção de feira, acreditando que chamar as coisas pelos nomes pode, eventualmente, vir a quebrar este encantamento.

Concepção e interpretação Andresa Soares e Lígia Soares Música João Lucas Espaço Cénico Sara de la Féria Figurino da Andresa João Paulo Assunção Figurino da Lígia Sara de la Féria Desenho de Luz Gonçalo Ventura Ribeiro Assistência de Movimento Madalena Silva

"A Minha Especialidade" de Lígia Soares e "A Minha Especificidade" de Andresa Soares 2007




Este projecto foi apresentado em Outubro de 2007 no Instituto Franco Português (Lisboa) no âmbito da apresentação de um ciclo de três peças de Lígia e Andresa Soares e na Tanzfabrik-Berlin pelo Festival Fabrikationen 07 (Berlim).

Andresa Soares e a Lígia Soares nasceram em Lisboa no mesmo ano, no mesmo dia e são irmãs.

Este trabalho representará para elas um desafio no que se refere à criação e afirmação de um percurso original, tomando-o como seu principal propósito. Contudo esta será, mais do que nunca, a realização de duas obras distintas. Será, digamos, um projecto de uma singularidade dupla.

Concepção e interpretação Andresa Soares e Lígia Soares; música João Lucas; figurinos João Paulo Assunção; espaço cénico Sara de la Féria; desenho de luz Gonçalo Ventura Ribeiro; assistência de movimento Madalena Silva.